terça-feira, 26 de outubro de 2010

"NOVOS BAIANOS"


O Novos Baianos foi um grupo musical brasileiro, ativo entre os anos de 1969 e 1979.
O grupo lançou oito trabalhos que viraram marcos no contexto da música popular brasileira. Influenciados pela contracultura e pela emergente Tropicália, Luiz Dias Galvão (Juazeiro, BA), Moraes Moreira (Antônio Carlos de Moraes Pires Moreira - Ituaçu, BA), Paulinho Boca de Cantor (Paulo Roberto de Figueiredo - Santa Inês, BA), Baby Consuelo (Bernadete Dinorah de Carvalho, mais tarde conhecida como Baby do Brasil - Niterói, RJ) tocam juntos pela primeira vez em Salvador, no show “Desembarque dos Bichos Depois do Dilúvio”, em 1969. Ainda neste ano se inscrevem no “V Festival de MPB da TV Record”, com a música De Vera. Nas apresentações em palco e gravações, o grupo era acompanhado inicialmente pelo grupo “Os Leifs” , do qual faziam parte o guitarrista Pepeu Gomes e seu irmão baterista, Jorginho Gomes. Pepeu Gomes se casa com a vocalista da banda, Baby Consuelo, é incorporado definitivamente ao grupo e passa, juntamente com Moraes Moreira, a ter um papel de arranjador musical no Novos Baianos.

A história do grupo começou em 1969. com o espetáculo “O Desembarque dos Bichos Depois do Dilúvio Universal”, no Teatro Vila Velha, em Salvador, Bahia, onde pela primeira vez juntos, se apresentaram Luiz Galvão, agronomo formado, Paulinho Boca de Cantor, ex-crooner da “Orquesta Avanço”, popular nas noites de Salvador, Moraes Moreira, a única não-baiana do grupo, a niteróiense Baby Consuelo, e Pepeu Gomes.

Moraes Moreira foi apresentado à Tom Zé, que era amigo de Galvão [2]. Baby Consuelo conheceu os dois (Moraes e Galvão)em um bar, enquanto passava as férias em Salvador. Mais tarde, Paulinho Boca de Cantor conheceu os três, e se uniu a eles. Dos membros que formariam o grupo mais tarde, apenas Pepeu Gomes era músico, e havia passado por diversas bandas. Nas apresentações em palco e gravações, o grupo era inicialmente pelo um quarteto, acompanhado pelo grupo ‘Os Leifs’, que depois teve seu nome mudado para A Cor do Som, do qual faziam parte o baixista Dadi, o baterista/percussionista Baxinho José Roberto Martins Macedo, o guitarrista Pepeu Gomes e seu irmão baterista, Jorginho Gomes. Pepeu Gomes se casou com a vocalista da banda, Baby Consuelo, e é incorporado definitivamente ao grupo, e ao lado de Moraes Moreira colabora de maneira como arranjador musical do grupo.
Em 1969 se inscreveram para o V Festival de Música Popular Basileria com a canção “De Vera”. A origem do nome surgiu em decorrencia a uma apresentação na Rede Record, quando ainda sem nome definido para o grupo, o coordenador do festival, Marcos Antonio Riso gritou “Chama aí esses novos baianos!”. Os Novos Baianos nunca foram controlados por gravadoras e empresários, tanto que quado foram para São Paulo, se apresentaram em diversos programas de televisão, extrapolando o tempo previsto.


O Auge

O primeiro empresário do grupo foi Marcos Lázaro, e a primeira gravadora foi a RGE, onde lançaram um compacto simples, “De Vera”/”Colégio de Aplicação”, e no ano de 1970 o primeiro long play, titulado de É Ferro na Boneca, que além de trazer as canções do compacto, e uma grande mistura de gêneros, foi tema dos filmes “Caveira My Friend” e “Meteorango Kid”. Apesar de tudo, o número de cópias vendidas do disco não foi tão extensa.
Com a desclassificação de “Vera” do Festival da Record, Os Novos Baianos resolveram seguir para o Rio de Janeiro. Lá, moravam todos juntos em quatro cômodos, o que fazia com que o entrosamento entre os músicos fosse muito grande. Em 1971, gravaram o segundo compacto simples, “Volta que o Mundo dá”, e receberam a visita de João Gilberto, que viria a influenciá-los com o samba[1]. Após a grande fusão de gêneros brasileiros, sugerida por João Gilberto, e a guitarra de Pepeu Gomes, surgiu o mais consistente e lembrado disco do grupo, Acabou Chorare, pela Som Livre; considerado o melhor álbum brasileiro da história segundo a revista Rolling Stone.
Em Jacarepaguá, alugaram um sítio apelidado de “Sitio do vovô”. Viviam de forma quase anárquica em pleno regime militar. Em uma nova gravadora, a Continental, lançam seu terceiro álbum de estúdio, Novos Baianos F.C., com inovações ritmicas e líricas. O disco ganhou um filme homônimo de Solano Ribeiro.
Os Novos Baianos se mudam novamente, desta vez para uma fazenda em São Paulo, a convite de um execultivo da Continental. Lá gravaram o quarto disco, Novos Baianos, mais conhecido por Alunte. O disco não vendeu tanto quanto os anteriores, o que levou ao desentendimento com a gravadora. A crise começou, Moraes Moreira, principal letrista da banda resolveu partir para a carreira solo.


O Declínio e fim

Desfalcados de Moraes Moreira, letrista principal ao lado de Galvão, o grupo faz de Pepeu Gomes o exemplo instrumental. O disco seguinte, Vamos pro Mundo, lançado ainda em 1974 pela Som Livre. As faixas instrumentais em choro, baião e samba eram o foco do disco.
Em 1976, o grupo assina seu contrato mais longo, de dois anos com a gravadora Tapecar. O primeiro álbum na gravadora, Caia na Estrada e Perigas Ver, investiu no samba, rock e Pandeiro e “Brasileirinho” de Waldir Azevedo. Em 1977 lançara Praga de Baiano, já enfraquecidos pelo processo inicial das carreiras solo de Paulinho, Pepeu e Baby. O disco trazia o trio elétrico, frevo, e bastante música instrumental. Tornaram-se atração dos trios-elétricos, e Baby Consuelo foi a primeira cantora desse tipo de evento.
O último trabalho, Farol da Barra (álbum) Farol da Barra, pela CBS, homenageia os compositores Ari Barroso e Dorival Caymmi, regravando “Isto Aqui O Que É?”, e “Lá Vem a Baiana”. O principal destaque do disco era a faixa-título, uma parceria entre Galvão e Caetano Veloso. No ano seguinte o grupo encerra suas atividades.

Reuniões posteriores

Em 1987, Baby, Pepeu e Paulinho se reuniram em uma apresentação única no Teatro Castro Alves.
Em 1990, a reunião completa de Baby, Paulinho, Pepeu e Moraes Moreira aconteceu em no trio elétrico nas ruas de Salvador. Neste mesmo ano, Pepeu e Moraes gravam um trabalho juntos.
A banda também se reuniu em meados da década de 1990 para uma apresentação com Marisa Monte, que apoiou o retorno do grupo aos estúdios, em 1997, o grupo reúne sua formação original e lançam o disco duplo: Infinito Circular.
Em 2009, durante o carnaval de Salvador, se reuniram novamente Paulinho, Baby e Pepeu para duas apresentações abordo do trio elétrico intitulado “Os Novos Baianos” a banda percorreu o circuito do Campo Grande até a praça Castro Alves arrastando inúmeros fãs . O trio contou, ainda, com a participação das filhas de Baby o grupo “SNZ” e de seu filho Pedro Baby;
Também em 2009 o grupo se apresentou na Virada Cultural, no palco localizado na Av. São João em São Paulo. O show foi visto por um milhão de pessoas no domingo (3/5) e foi considerado um dos melhores shows do evento. A apresentação contou com Baby do Brasil, Pepeu Gomes, Luis Galvão e Paulinho Boca de Cantor, da formação clássica. Moraes Moreira não tem se apresentado mais com o grupo Novos Baianos.

Discografia

Álbuns de Estúdio

* 1970 – É Ferro na Boneca (RGE)
* 1972 – Acabou Chorare (Som Livre)
* 1973 – Novos Baianos F.C. (Continental)
* 1974 – Novos Baianos (Continental)
* 1974 – Vamos pro Mundo (Som Livre)
* 1976 – Caia na Estrada e Perigas Ver (Tapecar)
* 1977 – Praga de Baiano (Tapecar)
* 1978 – Farol da Barra (CBS)
* 1997 – Infinito Circular (Globo/Polydor)

Compactos

* 1969 – “Colégio de Aplicação” / “De Vera”
* 1970 – “Volta que o Mundo dá”
* 1971 – “Psiu” / “29 Beijos” e “Globo da Morte” / “Mini Planeta Íris”
(Compacto Duplo)
* 1971 – “Dê um rolê” / “Você me dá um disco?” e “Caminho de Pedro” / “Risque” (Compacto Duplo)
* 1973 – “No Tcheco Tcheco” / “Boas Festas”
* 1973 – “A Minha Profundidade” / ” O Prato e a Mesa”
* 1976 – “Ninguém segura este País” / “Ovo de Colombo”

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